Dia desses esperávamos um amigo para um compromisso na cidade quando ouvimos uma conversa enigmática e sombria.
O local em que estávamos era próximo a um ponto de ônibus. Estava sentado ali um cidadão que conversava animadamente ao celular. Quando em determinado momento ele disse o seguinte:
- " Estamos num mato sem cachorro. Este país está no fim. Eles mandam em tudo e dominam o governo ". Uma pausa e continua: " Isso mesmo. A Opus Dei manda no governo. Foi fundada pelo padre Josemaría Escrivá. Por isso que esse país está na merda em que está ".
Queríamos muito continuar escutando esta conversa mas o nosso amigo chegou. Subimos em seu carro e fomos embora. Mas aquele diálogo não saiu de nossa cabeça. Mais tarde, após o compromisso cumprido, abrimos a internet para sabermos mais um pouco sobre a Opus Dei.
A Opus Dei foi fundada no dia 2 de outubro de 1929 por Josemaría Escrivá de Balaguer, sacerdote fascista espanhol canonizado em 2002.
Segundo John Allen Jr., jornalista da CNN, a Opus Dei apoiou os nacionalistas franquistas contra os republicanos e comunistas na sangrenta e violenta guerra civil espanhola.
As críticas à Opus Dei têm-se centrado em alegações de recrutamento controverso, excessiva rigidez das regras que governam os seus membros, elitismo e misoginia, além de apoio ou participação em governos autoritários, especialmente o governo franquista da Espanha.
Em sua história, a Opus Dei colecionou críticos. Alguns mais radicais chegam a chamá-la de "máfia santa". Outros a acusam de ser "uma Igreja dentro da Igreja", com poderes excepcionais e muito dinheiro sendo colocado a serviço de um conservadorismo atroz.
Em parte, essa fama se deve às estreitas relações que a organização cultivou com o regime fascista do ditador espanhol Francisco Franco, de 1939 a 1975. O sacerdote Josemaría Escrivá, fundador da Opus Dei, ouvia pessoalmente as confissões do "generalíssimo", como Franco era conhecido, e muitos integrantes ou colaboradores da Opus Dei foram nomeados ministros de Estado enquanto durou a ditadura espanhola.
No Brasil o jurista Ives Gandra da Silva Martins foi um dos fundadores da Opus Dei no início da década de 1960.
O crescimento desta organização no Brasil dependeu das bênçãos dos generais e dos vínculos com poderosas empresas. É desta fase a construção da sua estrutura de fachada: Colégio Catamarã (SP), Casa do Moinho (Cotia) e Editora Quadrante. Também criou uma ONG para arrecadar fundos: OSUC (Obras Sociais, Universitárias e Culturais), que recebe até hoje doações do Itaú, Bradesco, General Motors e Citigroup.
Segundo aquele cidadão do ponto de ônibus, é essa gente que manda no governo e domina o país. Pobre Brasil.
segunda-feira, 1 de abril de 2019
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3 comentários:
A Opus Dei do Brasil conta com membros da estirpe de Alckimin, José Serra, ministros do supremo, senadores, deputados... nenhuma medida política é tomada sem a consulta do alto clero!
Há quem diga que é a Opus Dei quem permite o crescimento da onda neo pentecostal no país, podendo atingir até certa porcentagem, e se ultrapassar, alguns bispos e pastores são colocados em evidência para seu extermínio (como já aconteceu antes com Edir Macedo, que pisou no freio em algumas coisas e também com o Alziro Zarur da LBV).
Não importa o presidente ou partido político no comando, qualquer um obedece as ordens dos chefões da Opus Dei.
O braço deles aqui em Jundiaí é quem dá as cartas, mantendo subordinados no controle do transporte coletivo e serviços públicos.
Isso não é de hoje. O país há muito tempo é dominado por estes apóstatas do inferno. Pessoas que se escondem atrás da religião para manterem o poder em suas mãos e atenderem aos interesses dos seus. Foi assim durante seis séculos com os Tribunais da Inquisição onde milhões de pessoas foram assassinadas em nome de Deus e seus bens confiscados pelo Santo Ofício. O tempo passou e continua tudo do mesmo jeito. Inclusive as brasas das fogueiras dos Autos de Fé continuam flamejando.
Dúvida: e a contrapartida da Havan em prolongar a Samuel Martins? Ficou por isso mesmo? Nada do LFM se manifestar?
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