FOTO: O senador Tasso Jereissati, acionista da Coca-Cola no Brasil, e o então deputado federal Miguel Haddad, que abriu as portas dos lençóis aquáticos de Jundiaí para a Coca-Cola local. Os dois tucanos entregaram, de maneira vergonhosa e maléfica, o saneamento público para a fome de lucro das empresas privadas que transformarão a água em uma mera mercadoria.
O senador e ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator do projeto que privatizou os serviços de saneamento básico no país, afirmou que trabalhou em um acordo para fazer com que a medida fosse aprovada sem alterações.
Em seminário online sobre saneamento promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Jereissati também disse que fará outro acordo com o Ministério da Economia para que o presidente Jair Bolsonaro vete "dois ou três pontos" do Marco Regulatório do Saneamento Básico.
Com um patrimônio estimado em R$ 400 milhões, declarado em 2014, Tasso Jereissati faz parte do Grupo Jereissati, que comanda a Calila Participações, única acionista brasileira da Solar, uma das 20 maiores fabricantes de Coca-Cola do mundo.
Em resumo, na surdina, o senador Tasso Jereissati aproveitou-se da crise sanitária para devastar o saneamento brasileiro. Emplacou um projeto que estrangula o financiamento e sucateia companhias públicas de água e esgotos, entregando-as ao setor privado.
O projeto também prevê que, em acontecendo a venda das Empresas Públicas, elas não percam os contratos já vigentes, obtidos por meio de licitações. Essa característica, além de se constituir em um escândalo, é também uma flagrante inconstitucionalidade, considerando que as empresas em questão são autarquias estaduais e os Entes Federativos detentores dos direitos são os Municípios.
Mas o que esta catástrofe tem a ver com Jundiaí ? Muita coisa.
Em 2014 o Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público de Campinas instaurou um inquérito para investigar a denúncia de que a DAE S/A, empresa da Prefeitura de Jundiaí responsável pelo tratamento e distribuição de água na cidade, estaria desviando 500 litros por segundo de água bruta do Rio Atibaia para abastecer a fábrica local da Coca-Cola.
A DAE S/A, cujo acionista majoritário é a Prefeitura de Jundiaí, informou na época que existe um contrato de fornecimento de água tratada para a Coca-Cola, mas a vazão não pode ser divulgada para resguardar o sigilo do cliente.
Apenas lembrando que votou a favor da privatização dos serviços de saneamento na Câmara dos Deputados o então deputado federal Miguel Haddad, o mesmo que quis vender a DAE S/A quando era prefeito e não conseguiu, devido à uma intensa mobilização popular.
O antigo DAE de Jundiaí foi transformado por Miguel Haddad em uma empresa de economia mista, vendendo as ações da nova sociedade anônima para cinco dos seus secretários causando um prejuízo ao erário de dezenas de milhões de reais. E ninguém foi colocado no banco dos réus por este descalabro.
Portanto, caros amigos, a intimidade entre o PSDB e a Coca-Cola não é só em Brasília. Aqui em Jundiaí eles sempre andaram abraçados. Assim sendo, de maneira desastrosa, a venda da DAE S/A para a iniciativa privada é só uma questão de tempo.
quinta-feira, 25 de junho de 2020
terça-feira, 23 de junho de 2020
NECROPOLÍTICA TUCANA ! ! !
Em publicação inserida no portal da DAE S/A consta que todos os protocolos, procedimentos, regras, leis e normas relativos à pandemia estão sendo por ela cumpridos.
Mas não é bem assim. Vamos aos fatos.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Dae S/A, Rodnei dos Santos, denunciou que um procedimento imprescindível para o combate ao coronavírus não está sendo cumprido pela empresa: O isolamento social.
Recentemente o servidor da DAE S/A, Laércio Pires de Carvalho, morreu vítima da Covid-19. Mesmo com esta morte, a empresa não colocou em isolamento nenhum servidor que trabalhava no setor do falecido. A própria supervisora do setor do servidor que perdeu a vida está afastada com protocolo de Covid-19.
Nenhum servidor, efetivo ou terceirizado, que atua no setor onde houve este falecimento, foi afastado ou sequer testado para ver se tinha sido contaminado.
Segundo o sindicato, a DAE S/A não tem nenhum controle sobre a doença, principalmente sobre os 500 funcionários terceirizados.
E o vereador Wagner Ligabó ainda tem a coragem, o desplante e a desfaçatez de vir a público dizer que o aumento dos casos de coronavírus na cidade é culpa do povo de Jundiaí.
Caros amigos, não são as pessoas que estão adoecendo com este vírus. O Brasil está doente. Uma moléstia que destrói os sentimentos, que aniquila o bom senso e que arrasa a consideração humana.
Onde isso vai acabar não sabemos, porém temos a consciência e a certeza de que a vida é mais importante que o dinheiro. Infelizmente as autoridades não pensam assim.
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