sábado, 6 de abril de 2013

POR QUE O GOVERNO BIGARDI ACABOU ?

Os fatos que ocorrem na política quase sempre possuem razões históricas para acontecerem. E o final prematuro do governo do engº Pedro Bigardi tem as suas explicações em um passado longínquo. Vamos a esta breve análise, é claro, guardando sempre as devidas proporções. Durante a guerra franco-prussiana, as províncias francesas elegeram para a Assembléia Nacional Francesa uma maioria de deputados monarquistas francamente favorável à capitulação ante a Prússia. A população de Paris, no entanto, opunha-se a essa política. Louis Adolphe Thiers, elevado à chefia do gabinete conservador, tentou esmagar os resistentes. Estes, porém, com o apoio da Guarda Nacional, derrotaram as forças legalistas, obrigando os membros do governo a abandonar precipitadamente Paris, onde o comitê central da Guarda Nacional passou a exercer sua autoridade. Instalava-se aí a Comuna de Paris, que durou apenas 72 dias. Este curto período de duração do governo revolucionário deve-se a dois erros fatais cometidos pelos comunardos: 1) O Banco Central da França não foi tomado pela comuna, continuando todo o seu dinheiro à disposição dos adversários da revolução estacionados na cidade de Versalhes; 2) Ao invés de fazer com que povo armado da comuna combatesse e derrotasse o desarticulado exército em Versalhes, o governo revolucionário tinha a intenção de promover um acordo, uma conciliação com os seus adversários. Resultado: Paris foi invadida e a comuna massacrada. Foram 20.000 mortos e 40.000 presos, torturados e deportados, colocando um fim ao primeiro, e talvez o único, governo proletário da história. Deixando os fatos de lado, a tese do fracasso da Comuna de Paris é a mesma do fracasso do novo governo de Jundiaí. Os erros são os mesmos. Em primeiro lugar, a estrutura política e financeira de Jundiaí continua a favor dos coronéis especuladores imobiliários da cidade. Em segundo lugar, e o pior, o atual governo fez uma fétida conciliação com tudo o que combateu no passado levando para dentro da prefeitura grande parte de seus inimigos de 2012. O resultado não poderia ser diferente daquele de Paris. E por coincidência, os dois governos terminaram em 72 dias. Quando voltamos no tempo e revemos a história das revoluções, constatamos que jamais mudanças políticas profundas, em qualquer sistema político, foram feitas através de conciliações e de acordos, mas sim sempre por meio da ruptura. O governo Bigardi acabou rapidamente porque não teve a coragem de promover a ruptura necessária com a velha oligarquia política de Jundiaí.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A DAE S/A AFUNDANDO NO ABANDONO ! ! !

Todo o esforço dedicado ao DAE pelo saudoso engenheiro Ruy Chaves foi por água abaixo. Durante as administrações perdulárias do PSDB a empresa de água e esgoto de Jundiaí foi esfolada até a última gota. A transformação do DAE em S/A foi um verdadeiro crime contra o patrimônio público. Tanto assim, que o Ministério Público, através do promotor Claudemir Batalini, após 7 anos de investigações, protocolou no Fórum local uma Ação Civil Pública composta por 23 volumes de documentos. Nesta ação, que tramita no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, além de apontar ilegalidades a promotoria colocou no banco dos réus, entre outros, o ex-prefeito Miguel Haddad. Um dos maiores absurdos cometidos contra a empresa foi o prejuízo causado aos seus cofres com a transformação em S/A. Naquele ato, a prefeitura ficou com a maioria das ações sendo que uma parte destas foi vendida para 5 secretários do então alcaide tucano. A empresa foi criada com um capital social de R$ 20 mil. Seis meses depois, os acionistas - a prefeitura e os 5 secretários - convocaram uma Assembléia Geral Extraordinária e aumentaram o capital social da empresa de R$ 20 mil para R$ 170 milhões. Um barbaridade. Muito bem. Durante toda a campanha eleitoral de 2012, o então candidato a prefeito, eng° Pedro Bigardi, prometeu que se vencesse o pleito a DAE S/A retornaria à condição de autarquia municipal. Esse assunto morreu no dia 28 de outubro, dia do 2° turno das eleições municipais. Lá se vão 150 dias de silêncio absoluto sobre o caso. Nem um pio. Nem um sussurro. Nem um suspiro sobre a questão. A DAE S/A não faz parte da agenda do atual governo. Muito pelo contrário. A DAE S/A é uma revolta só por parte dos funcionários que estão furiosos com o prefeito Pedro Bigardi que esqueceu-se de sua promessa sobre o plano de cargos e salários dos servidores novos e concursados. O atual governo, aos moldes do PSDB, continua o processo de terceirização dos serviços da empresa, além de já ter nomeado 13 tucanos para os cargos de chefia. Os servidores que brigam há anos por melhores salários já pensam até em organizar uma greve sendo que o sindicato chegou inclusive a conversar com o novo prefeito, que disse não saber de nada. Em resumo, o PSDB jogou o DAE e seus funcionários em um buraco fundo e o PCdoB/PT vão deixá-los morrer à míngua. Se o ex-governador do Rio Grande do Sul, o combativo e guerreiro Leonel Brizola, estivesse vivo aqui em Jundiaí ele diria, de bombacha e chimarrão, que o PSDB, o PCdoB e o PT, são nada mais, nada menos, que o restolho da antiga UDN.