Na sessão da Câmara Municipal da última terça-feira ficou bastante claro que vivemos dias obscuros, onde pessoas com pensamentos retrógrados, que estão investidas de algum poder, querem balizar a população com os seus parâmetros medievais.
Foi apresentada durante a sessão uma moção de autoria do vereador Douglas Medeiros para permitir a prorrogação da isenção de ICMS para os templos religiosos por até 15 anos.
Após a fala do autor da moção, o vereador Roberto Conde, pastor da Igreja Universal, não somente apoiou a moção mas também disse que o poder público deveria, além de isentar em definitivo as igrejas de ICMS, contribuir financeiramente para as atividades das religiões.
Após a votação dos senhores vereadores, a moção foi aprovada.
É claro que trata-se apenas de uma moção e não de um projeto de lei, porém ela mostra que vivemos hoje no país um momento de dominação do fundamentalismo evangélico, faltando apenas para completar este triste processo serem acesas novamente as fogueiras da inquisição.
Na realidade esta moção mostra que, além deste pensamento religioso tortuoso, os vereadores não tem o que fazer.
A política deixa claro que a única função importante que um vereador tem nos dias de hoje é fiscalizar o poder executivo.
Fiscalizar o poder executivo ? Que nada. Não existe a menor intenção dos vereadores fiscalizarem o prefeito, afinal de contas é muito mais importante ficarem bajulando o alcaide em troca de favores do que defenderem os interesses do povo.
Já sobre esta funesta moção, ela é um peça simplesmente execrável. As igrejas, sem exceção, deveriam sim, além de pagar o ICMS, pagar o IPTU de seus templos, o ISS pelos serviços que prestam e o Imposto de Renda pelos milhões que arrecadam de seus fiéis.
Mas é claro que os políticos de plantão jamais cobrarão estes impostos das religiões pois, além de pensarem em sua reeleição, eles querem ser perdoados de seus pecados, que não são poucos.
