Durante o período de resistência à mísera ditadura militar um grupo de pessoas decidiu combater o arbítrio colocando em risco a própria vida.
Assim sendo, tinha início o sangrento processo de luta armada no Brasil onde os verdadeiros heróis anônimos se sacrificaram com o objetivo de defenderem a volta da liberdade no país.
A maioria destes brasileiros morreu nas sessões de tortura sob o odioso comando do assassino coronel Ustra, enquanto outros padeceram pelas ruas das grandes cidades perseguidos pelos órgãos de repressão.
Um outro grupo organizou-se em uma região longínqua do Araguaia que era conhecida como Bico do Papagaio, onde tentaram constituir um exército revolucionário para tentar a derrubada do jugo dos generais.
Todos estes brasileiros morreram por uma democracia que nunca veio.
Como assim, nunca veio ? Nós não votamos a cada dois anos ? Nós não vivemos em uma democracia ? É óbvio que não. O exemplo claro que não existe democracia neste país é o que aconteceu ontem na Câmara Municipal de Jundiaí durante a eleição do novo presidente da casa.
O vereador Gustavo Martinelli, do PSDB, foi eleito presidente do poder legislativo, pasmem, por unanimidade e sem oposição nenhuma.
Um escárnio, uma lástima, um desplante, uma desfaçatez.
Isso mostra que vivemos em uma democracia de mentira porque o que prevalece são os argumentos políticos irrecusáveis que transformam o legislativo em um mero cartório onde os projetos do executivo serão só carimbados pelos seus sabujos, sem discussão alguma.
Serão vereadores, na sua maioria, transformados em meras vaquinhas de presépio e que estarão mugindo sem nenhuma cerimônia diante das ordens do prefeito da cidade.
Neste sentido, os heróis brasileiros que deram as suas vidas pela volta da democracia infelizmente morreram em vão.
A república brasileira, que deveria ser federativa e democrática, não passa, nos dias de hoje, de uma república de hipócritas e fariseus.
