O FIM DE VELHAS OLIGARQUIAS ! ! !

A hegemonia de São Paulo e Minas Gerais na política nacional foi chamada de "Política do café-com-leite". Por meio de acordos entre o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM), os dois estados da federação elegeram praticamente todos os presidentes da República Velha, até que a Revolução de 1930 viesse alterar os rumos da política brasileira. Mesmo encerrada a República Velha (1889-1930), as práticas políticas coronelistas permanecem até os dias de hoje nos três níveis de governo. E Jundiaí é a prova disso. Durante 20 anos os governos do PSDB exercitaram esta prática com uma maestria invejável. Mas por essas terras o domínio dos coronéis está chegando ao fim, não por vontade da atual gestão PCdoB/PT que está de mãos dadas com o nosso lastimável restolho político, e sim pelas condenações do último bastião de velhas práticas de uma velha oligarquia local: O ex-prefeito Miguel Haddad. Há algum tempo temos divulgado neste blog as condenações, em 1ª e 2ª instâncias, do ex-alcaide tucano a respeito de uma Ação Popular impetrada pelo ex-vereador Antonio Galdino que versava sobre um contrato sem licitação celebrado entre a prefeitura de Jundiaí e o jornalista Jayme Martins. Estas condenações colocaram Miguel Haddad na condição de ficha suja, o que o impediu de ser candidato às eleições municipais em 2012. De acordo com o que a legislação permite, o tucano recorreu ao Superior Tribunal de Justiça em uma tentativa de poder dar um último suspiro à sua carreira política, já próxima do fim. Em acórdão publicado em 08/03/2013, o STJ, em sua 2ª Turma, rejeitou o Agravo Regimental interposto por Miguel Haddad. Entre as suas argumentações, o Ministro Herman Benjamin fez a seguinte alegação:

" Não há justificativa para a ausência de licitação prévia. Sem desdouro ao acionado Jayme Martins, certo existir no País, no Estado de São Paulo, em especial na cidade de São Paulo, próxima a Jundiai, SP, ou mesmo nas regiões próximas desta cidade inúmeras empresas, técnicos e demais pessoas com capacidade idêntica e, data venia, maior renome, para desempenhar os serviços contratados " (fl. 797/STJ).

Diante disso, e com o acórdão transitado em julgado em 12/04/2013, o ex-prefeito Miguel Haddad continua na chamada "ficha suja", o que impede qualquer pretenção do tucano de concorrer a algum cargo público nas próximas eleições. Apenas a título de informação, leiam abaixo a EMENTA e o ACÓRDÃO do Superior Tribunal de Justiça.

HISTÓRIAS DA CAROCHINHA ! ! !

O prefeito Pedro Bigardi, ao tomar posse na prefeitura no início deste ano, assumiu publicamente o compromisso de realizar uma auditoria sobre os governos anteriores do PSDB com o objetivo de tornar público tudo o que ocorreu nos últimos 20 anos de desmandos tucanos na cidade. Na imprensa local, o alcaide disse que este levantamento não teria o intuito de desencadear uma caça às bruxas em Jundiaí, ou seja, seria uma auditoria meia boca apenas para inglês ver. Caros amigos, nem isso aconteceu, ficando este projeto esquecido em alguma gaveta do "novo" governo. Parece que quando sentaram-se à mesa para os acordos de rotina com o ex-vereador Jorge Haddad, o rumo das conversas descartou este procedimento já que esta auditoria poderia criar uma série de problemas aos muitos parasitas do PSDB, o que seria muito ruim já que estes tucanos se constituem nos mais novos aliados, e com os mesmos interesses, do governo PCdoB/PT. Então funcionou assim: Antes da eleição as promessas de mudanças foram enormes; passada a eleição, todos tiveram os seus interesses atendidos e acabaram por esquecer os compromissos de mudanças pregados durante a campanha eleitoral de 2012. Diante deste quadro dantesco, nos lembramos de um filme do diretor italiano Elio Petri, produzido na década de 1970, que retratava a história de um operário modelo, Lulu Massa, que é consumido pelo capitalismo e tem no seu trabalho toda a sua vida. O título deste filme era bastante sugestivo: " A CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO ". Pois é. Pelo jeito, em Jundiaí, os trabalhadores já chegaram ao Jardim do Éden.

QUEM DIRIA, HEIN ?

Caros amigos, o que as pessoas não fazem para estarem dentro do poder, não é mesmo ? Pois é. Recebemos cópia de um e-mail enviado para muitos cidadãos nas eleições de 2010, cujo remetente era o Sr. Paulo Roberto Galvão, atual secretário de finanças da administração PCdoB/PT. Leiam a pérola emitida pelo distinto secretário:

" Pessoal, o quadro a seguir mostra o desempenho dos candidatos Serra e Dilma nas cidades com maior e menor IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal).

O lado esquerdo representa as 10 cidades com maior IDH-M e o lado direito as 10 cidades com menor IDH-M, notem que o candidato Serra lidera em 9 das 10 cidades com maior IDH-M e a candidata Dilma tem o mesmo desempenho nas cidades com o menor IDH-M.

Acho que este cenário demonstra claramente o eleitorado de cada partido, o PT tem os votos daqueles que, de alguma forma, recebem e/ou dependem das “benesses” do poder público, ou seja, o “voto de cabresto”.

Até quando vamos nos submeter a esse tipo de “democracia”, onde um chamado Partido dos Trabalhadores, que num passado não muito distante condenava a Ditadura e hoje governa com mãos de ferro (através do maior número de edição de Medidas Provisórias da história do País, censura aos meios de comunicação, etc.), um governo onde a corrupção parece ter sido institucionalizada?

Meus caros, acredito que nesse momento tão importante para a definição do futuro do nosso país não podemos acreditar que “pior não fica”, conforme afirma o Deputado Federal mais votado dessa eleição (diga-se de passagem uma vergonha nacional). Temos a obrigação cívica e moral de refletirmos e votarmos de forma consciente, chega de ficarmos lamentando e criticando o governo.

No dia 31 de outubro vamos às urnas para exercer mais do que o nosso direito de voto, vamos exercer a nossa obrigação de fazermos um país melhor, bom voto a todos ".

Paulo Roberto Galvão

Ora, como é que é isso ? Então nas eleições de 2010 o atual secretário de finanças diz que os eleitores do PT são todos votos de cabresto ? Além disso, se refere à gestão do PT como um governo onde a corrupção é institucionalizada ? Ué, mas se o PT é isso mesmo, como é que o nobre secretário aceitou trabalhar num governo onde o partido dominante é o mesmo da corrupção generalizada a que ele se referiu ? HUUUMMMMM, que mancada hein secretário ? Depois dessa, se o atual governo tivesse um pingo de vergonha na cara publicaria imediatamente na Imprensa Oficial do Município a exoneração do titular da pasta de finanças. Mas isso não vai acontecer, sabem por quê ? Porque o PSDB, o PCdoB e o PT estão de mãos dadas atualmente em Jundiaí trabalhando na linha de que eles todos são os donos da cidade e o povo vai ter de votar em algum deles nas eleições futuras. A não ser que alguma coisa nova apareça nos quatro anos vindouros.