O ex-líder do governo José Serra, o deputado Barros Munhoz, foi eleito presidente da Assembléia Legislativa para o biênio 2009/2010 com 92 dos 94 votos. Essa vitória demonstra a força do governador naquele parlamento, mas revela também aspectos inusitados da política paulista.
No que pese as diferenças de concepções e objetivos existentes entre PT e PSDB, algo parece unificá-los: o desejo de manter a disputa estritamente ente essas duas legendas, configurando um bipartidarismo e uma polarização negociada que empobrece a vida política do estado.
O acordo feito pelo PT na Alesp sob a justificativa de respeito à proporcionalidade esconde na verdade uma relação para muito além de cordial entre tucanos e petistas, que deve soar estranho para seus militantes e para o grande público.
Que barganhas e negociações foram feitas para eles comemorarem juntos a eleição não poderemos saber ao certo. A verdade é que com isso, a já fraca ação de oposição parlamentar ao governo Serra sucumbiu por completo por parte do PT.
Se não é possível saber todos os aspectos que envolveram este acordo, um ao menos ficou nítido: a ação conjunta de tucanos e petistas para cassarem o mandato legítimo do deputado Pedro Bigardi. A ação do então presidente da Alesp Vaz de Lima, em acordo com o PT, sem nenhuma avaliação do judiciário, decidiu por tirar o mandato de Pedro Bigardi por alegação de infidelidade partidária. Medida que está sendo questionada no âmbito da justiça.
O que tem de simbólico na eleição da mesa da Alesp, portanto, é como a relação entre estas duas forças que se colocam de público como tão diferentes, tem no fundo características tão idênticas: o interesse pragmático acima de qualquer coisa, inclusive da legalidade e legitimidade.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
PÔ, E OS CAROS AINDA QUEREM SABER SE O PEDRO BIGARDI DEIXOU O PT POR JUSTA CAUSA. PARECE QUE A COISA NO PT JÁ VEM RUIM A MUITO TEMPO.
Postar um comentário