Ele era amigo do prefeito, do bispo do delegado. Empresário de sucesso na cidade, ao mesmo tempo que explorava um parque de diversões para crianças tinha uma casa de prostituição. Dono de imóveis, alugara uma de suas casas para uma delegacia de polícia. Participava de reuniões de clubes de serviço e uma de suas filhas é funcionária da Polícia Civil na Delegacia de Polícia de Várzea Paulista.
Com tanta influência, ele surpreendeu a população e as autoridades de Jundiaí e Várzea Paulista, no interior do Estado, quando passou a ser procurado pela Polícia Federal e pela Polícia Civil por estar condenado a 30 anos de prisão por homicídio, seqüestro e contrabando de armas, na Itália.
Vicenzo Consoli, de 57 anos, usava o nome falso de Alessandro Ghezzi. Tinha documento original de estrangeiro e dizia aos amigos que escolhera o Brasil para morar porque ficara sozinho na Itália. Seus familiares tinham morrido durante a Segunda Guerra.
Mentira. Parte de sua família ainda mora na cidade de Messina, de onde ele fugiu, em 7 de junho de 1978, de uma ala penitenciária do hospital psiquiátrico Castiglioni Stiviere. Condenado a dois anos por contrabando de armas, fora recolhido por determinação da Justiça, com diagnóstico de "doença mental."
Assassinato
Após a fuga, quase um ano depois de internado, Consoli se envolveu em um assassinato e seqüestros e voltou a ser condenado pela Justiça italiana a 27 anos e 9 meses. O mandado de prisão foi expedido e encaminhado para a Interpol, a polícia internacional, em 15 de janeiro de 1988. O texto foi distribuído em cem países.
Em dezembro do ano passado, a polícia da Itália mandou para o Ministério da Justiça do Brasil um pedido de extradição. Os italianos tinham descoberto que o homem que procuravam morava em Jundiaí havia muitos anos. Ele tinha propriedades, era conhecido na cidade onde mantinha seus negócios e em Várzea Paulista, onde morava com a família.
O escritório da Interpol em São Paulo mandou agentes federais para Jundiaí. O italiano desapareceu ao saber que o procuravam. Consoli nasceu na cidade de Piazza Armerina. Tinha um tio que morava em São Paulo e era casado com uma brasileira. O tio morreu e Consoli acabou casando com a tia. O casal foi morar em Jundiaí. "Quando soube que a casa onde estava o 3.º Distrito Policial era dele, anulei o contrato do aluguel e mudamos para outro prédio", disse o delegado Paulo Bicudo, seccional de Jundiaí.
Sobre Renata Consoli, de 22 anos, filha do italiano, Bicudo informou ter passado o caso para a Corregedoria da Polícia Civil. Ela é operadora de telecomunicações, concursada há dois anos. "A suspeita é de que ela sabia que o pai usava identidade falsa", explicou. O delegado também ficou surpreso com as revelações sobre Consoli. "Jamais pensei que fosse um bandido." O Supremo Tribunal Federal (STF) expediu mandado que autoriza a extradição de Consoli para a Itália.
A Polícia Federal está apurando o caso para saber em que condições o italiano conseguiu a carteira original de estrangeiros. Consoli separou-se da primeira mulher, voltou a casar e tem uma filha menor.
2 comentários:
http://www.estadao.com.br/arquivo/cidades/2002/not20020725p18786.htm
Quinta-feira, 25 de Julho de 2002, 21:37 | Online
PF procura seqüestrador italiano
Ele era amigo do prefeito, do bispo do delegado. Empresário de sucesso na cidade, ao mesmo tempo que explorava um parque de diversões para crianças tinha uma casa de prostituição. Dono de imóveis, alugara uma de suas casas
para uma delegacia de polícia. Participava de reuniões de clubes de serviço e uma de suas filhas é funcionária da Polícia Civil na Delegacia de Polícia de Várzea Paulista.
Com tanta influência, ele surpreendeu a população e as autoridades de Jundiaí e Várzea Paulista, no interior do Estado, quando passou a ser procurado pela Polícia Federal e pela Polícia Civil por estar condenado a 30 anos de prisão por homicídio, seqüestro e contrabando de armas, na Itália.
Vicenzo Consoli, de 57 anos, usava o nome falso de Alessandro Ghezzi. Tinha documento original de estrangeiro e dizia aos amigos que escolhera o Brasil para morar porque ficara sozinho na Itália. Seus familiares tinham morrido durante a Segunda Guerra.
Mentira. Parte de sua família ainda mora na cidade de Messina, de onde ele fugiu, em 7 de junho de 1978, de uma ala penitenciária do hospital psiquiátrico Castiglioni Stiviere. Condenado a dois anos por contrabando de armas, fora recolhido por determinação da Justiça, com diagnóstico de "doença mental."
Assassinato
Após a fuga, quase um ano depois de internado, Consoli se envolveu em um assassinato e seqüestros e voltou a ser condenado pela Justiça italiana a 27 anos e 9 meses. O mandado de prisão foi expedido e encaminhado para a
Interpol, a polícia internacional, em 15 de janeiro de 1988. O
texto foi distribuído em cem países.
Em dezembro do ano passado, a polícia da Itália mandou para o Ministério da Justiça do Brasil um pedido de extradição. Os italianos tinham descoberto que o homem que procuravam morava em Jundiaí havia muitos anos. Ele tinha propriedades, era conhecido na cidade onde mantinha seus negócios e em Várzea Paulista, onde morava com a família.
O escritório da Interpol em São Paulo mandou agentes federais para Jundiaí. O italiano desapareceu ao saber que o procuravam. Consoli nasceu na cidade de Piazza Armerina. Tinha um tio que morava em São Paulo e era casado com uma brasileira. O tio morreu e Consoli acabou casando com a tia. O casal foi
morar em Jundiaí. "Quando soube que a casa onde estava o 3.º Distrito Policial era dele, anulei o contrato do aluguel e mudamos para outro prédio", disse o delegado Paulo Bicudo, seccional de Jundiaí.
Sobre Renata Consoli, de 22 anos, filha do italiano, Bicudo informou ter passado o caso para a Corregedoria da Polícia Civil. Ela é operadora de telecomunicações, concursada há dois anos. "A suspeita é de que ela sabia que o pai usava identidade falsa", explicou. O delegado também ficou surpreso
com as revelações sobre Consoli. "Jamais pensei que fosse um bandido." O Supremo Tribunal Federal (STF) expediu mandado que autoriza a extradição de Consoli para a Itália.
A Polícia Federal está apurando o caso para saber em que condições o italiano conseguiu a carteira original de estrangeiros. Consoli separou-se da primeira mulher, voltou a casar e tem uma filha menor.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u55820.shtml
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