terça-feira, 30 de junho de 2009

JUNDIAÍ NÃO MERECE ISSO ! ! !

O ESTADO DE S. PAULO

quarta-feira, 30 de maio de 2007

METRÓPOLE

Apuração do MPE liga empresários e autoridades de Mauá ao PCC

Investigação acertou Executivo e resvalou no Legislativo; ex-secretário aparece na contabilidade da facção

Eduardo Reina


Investigações da Polícia Civil sobre uma quadrilha acusada de usar postos de gasolina e revendedoras de carros para lavar dinheiro do tráfico de drogas para o Primeiro Comando da Capital (PCC) na região do ABC indicam que o grupo tinha contatos e influência entre empresários e integrantes da prefeitura e da Câmara de Mauá. O esquema de lavagem foi denunciado na semana passada pelo Ministério Público Estadual (MPE), que pediu o indiciamento de 18 pessoas.

A investigação sobre o PCC acertou em cheio o Executivo de Mauá e resvalou no Legislativo. Em junho de 2006, policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) acharam um caderno com parte da contabilidade do PCC no ABC. O nome do vereador Cincinato Freire, ex-secretário de Saúde, aparece no caderno com crédito de R$ 3.828 e a data de 4 de janeiro de 2005.

As anotações estavam num carro de Reinaldo Macário de Lima, apontado pelo MPE como braço direito de Gildásio Siqueira dos Santos, acusado de ser dono da maioria dos postos que a quadrilha mantém no ABC, no litoral sul e em Mogi das Cruzes. Em 13 de dezembro, 20 dias após ter assumido o cargo, Freire pediu exoneração.

No caderno constam os nomes de, entre outros, Wilson Roberto Cuba, o Rabugento, que está preso, e Sidnei Garcia, presidente da Associação Comercial de Mauá. Duas ex-funcionárias da administração municipal, Mirian Valério da Silva e Milene Rodrigues da Ponte, foram acusadas de colaborar com o esquema da facção. De acordo com o MPE, Mirian pertencia ao grupo que faz lavagem de dinheiro e é namorada de um dos denunciados, Felipe Geremias, o Alemão, suspeito de ser um dos líderes do PCC no ABC. Milene, outra integrante da lista de indiciamento, é mulher de Gildásio.

Garcia, presidente da Associação Comercial, trabalhou na campanha para deputada estadual de Vanessa Damo (PV), filha do prefeito. Um dos coordenadores financeiros da campanha, o empresário foi flagrado em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça em conversas com a juíza Ida Inês del Cid, na qual recebe instruções de como agir contra denúncias sobre Vanessa, cuja candidatura estava ameaçada de impugnação.

Segundo relatório da Polícia Civil, Garcia é dono de um posto em Mauá usado pelo PCC para lavar dinheiro, o Petromix, na Avenida João Ramalho, 476, Vila Assis Brasil. Segundo o MPE, Garcia se relaciona socialmente com os membros da quadrilha e também contribui, em razão de seus negócios, para a lavagem de dinheiro da facção. Ele ainda é dono de uma locadora e revendedora de veículos. “Sidnei Garcia assumiu o papel de testa-de-ferro do posto Petromix, em Mauá, onde consta como sócio formal”, disse a promotora Adriana Ribeiro Soares de Morais.

Em gravação do dia 16 de agosto de 2006, Garcia fala com um interlocutor não identificado e conta que foi prestar depoimento na delegacia. “Envolveram você em alguma coisa?”, perguntou o homem do outro lado da linha. “Esse negócio do PCC aí. É um dos postos que eu tenho aí é.... (breve silêncio) cuidado com esse Fusca que você passou, que tá ao lado de você aí”, desconversou, em seguida.

Nas várias conversas gravadas entre Garcia e a juíza Ida, ele recebe instruções para fotografar a boca-de-urna feita pelo candidato do PT na eleição de 2004, Márcio Chaves Pires, adversário de Damo. Ida instrui Garcia a enviar o registro para ela, que tomaria as providências necessárias. “Falei com ele (Garcia) e com outras pessoas de vários partidos. É uma orientação própria de juiz eleitoral”, alegou a juíza.

Já num diálogo do dia 31 de agosto de 2006, às 11h27, Ida se mostrou preocupada com a possibilidade de impugnação da candidatura de Vanessa em virtude de denúncias no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A juíza chegou a pedir a Garcia para que avisasse o prefeito dessa possibilidade. “Fala lá isso para o prefeito. Fala que, quando a doutora Ida falou isso para o senhor, ninguém tomou providência.”

Em resposta, Garcia disse que não adiantava procurar Leonel Damo. “Mas, quando o problema é com a filha dele, a situação muda de figura. Fala com ele que você vai ver como ele vai ficar.... Fala assim”, retrucou Ida, completando depois: “Talvez a campanha não chegue ao fim. Isso tudo veio por denúncia anônima. A fonte é a mesma que quer me prejudicar. Tudo isso eu falei. Fala para ele só para relembrar.”

Damo e a filha foram considerados inelegíveis pela Justiça Eleitoral em abril. Eles foram condenados pelo uso do jornal Opinião Pública, que tinha a prefeitura como anunciante, para promoção da candidatura da deputada. Ambos recorreram da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Vereador pelo PSDC, integrante da base do prefeito, Freire disse ontem que comprou gasolina num posto do PCC sem saber que ele pertencia à facção, e deve ter havido algum erro para seu nome aparecer no caderno. “Digitaram errado. Tenho a consciência tranqüila. Saí da secretaria para a situação ser elucidada. Me causa estranheza essa denúncia.”

6 comentários:

Anônimo disse...

P.Q.P...............

Cel. Epaminondas disse...

Situação comprometedora.

Já escrevi sobre a situação e a oposição.
A situação de Jundiaí não funciona para a sociedade jundiaiense há mais de 30 anos e a oposição não existe e jamais existiu.
O que temos é uma situação de oportunistas, uma oposição mercantilista e uma mídia venal.
Tudo isto sabemos, fingimos que reagimos e mantemos o "status quo".
A situação de Jundiaí é horrível, tem R$ 1 bilhão de reais na mão e nós continuamos provincianos, nem o SITU aqui tem ação, está é a nossa situação.
O banditismo do PCC financia muita gente boa, pergunte para quem estava no governo quando dos ataques do PCC.
Não há novidades, mas sim pessoas novas sendo expostas na mídia.
Não acreditemos em tudo que nos falam e em tudo que escrevem, porém acreditemos que não temos oposição. Pessoas isoladas lutando por uma Jundiaí melhor não modificarão a situação.

KALANGO DOIDO disse...

ESSE EPISÓDIO DE MAUÁ ABRE UM PRECEDENTE DE TOTAL DESCONFIANÇA, QUE NOS FAZ FICARMOS ALERTA E SOLICITARMOS AO MP QUE INVESTIGUEM ESSES PARTIDOS QUE VEM NO RASTRO DE PARTIDOS GRANDES, E QUEM NÃO TEM QUALQUER COMPROMISSO COM A POPULAÇÃO E QUE SÃO LEGENDAS DE ALUGUEL, UTILIZADAS POR INDIVÍDUOS INESCRUPULOSOS QUE SE UTILIZAM DELES COMO TRAMPOLIM PARA SE ELEGEREM OU ANGARIAR VOTOS A FAVOR DE CACIQUES EM TROCA DE BENEFICIOS PESSOAIS, POIS HÁ INDÍCIOS QUE MUITOS SE ELEGEM OU FAZEM SUAS CAMPANHAS COM DINHEIRO ILICITO, OBTIDO DE FACÇÃO CRIMINOSA!!!

Anônimo disse...

e pensar que a loirinha tem aquela cara de anjo...

Comunista do PCdoB disse...

Caro Cel:
Uma parte importante da pífia oposição desta cidade fez o que mandou a estadual: alie-se ao poder. Taí secretário novo, estranho no ninho. Na realidade é uma aplicação bem feita das técnicas de Sun Tzu e Maquiavel, que esses ratos gordos abocanham sem nenhum pudor.

Anônimo disse...

Continua tudo como dantes no quartel de Abrantes...