JORNAL DIÁRIO DE JUNDIAÍ
QUARTA-FEIRA, 1 DE MARÇO DE 1967
ANO V - N° 1278
" A FOLHA foi adquirida pelo Círculo Operário Jundiaiense de Tibúrcio Estevam de Siqueira, em 1945 aproximadamente. Era jornal bi-semanário. Na época, o presidente do Círculo era o Sr. Francisco Pessolano, que entregou a responsabilidade do jornal ao padre Otávio de Sá Gurgel, fundador do COJ e elemento que arranjava o numerário para o funcionamento regular do jornal. Inclusive, conseguiu o prefixo da Rádio Difusora Jundiaiense, que nasceu no ano de 1946, precisamente no dia 24 de junho. Portanto, até essa data, o padre Gurgel lutava e conseguia dar a Jundiaí uma emissora de rádio, além de possuir o jornal " A FOLHA ".
O prédio dos dois órgãos de divulgação foi adquirido pelo Círculo Operário Jundiaiense junto ao Sr. Alex Saska Sandor, em 1947, por 240 mil cruzeiros, a prestações. A escritura só foi passada em 1962, quando Tobias Muzaiel se apresentou como diretor-superintendente da Rádio Difusora Jundiaiense e mandou que a escritura fôsse passada em nome da Rádio e não do Círculo.
O padre Gurgel dirigiu a Rádio e "A FOLHA", realmente, de 1945 a 1947. Em fins de 1947, surge o Padre Adalberto de Paula Nunes, como diretor-responsável pelos dois órgãos, em vista da saída do padre Otávio, que foi removido para Jaguarão, no Estado do Rio Grande do Sul.
A Rádio Difusora Jundiaiense, ao ser entregue em mãos do padre Adalberto, possuia a seguinte constituição legal: Padre Gurgel-96 cotas de mil cruzeiros; João Moreno(presidente do COJ)-1 cota; Vital Gurgel Guedes(gerente de "A FOLHA")-1 cota; Mário Piola (tesoureiro do COJ)-1 cota; José Alves de Oliveira (técnico de rádio)-1 cota. Quando o padre Otávio Gurgel se retirou, o padre Adalberto foi procurá-lo em Jaguarão para que lhe fossem transmitidas as 96 cotas. Houve relutância do padre Otávio, mas o padre Adalberto conseguiu uma ordem expressa do Cardeal Mota para que estas cotas fossem transferidas para um bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. O padre Adalberto,então, deu o nome de D. Antonio Rolim Loureiro, recusado pelo padre Otávio, que só aquiesceu transferir estas cotas para D. Antonio Maria Alves de Siqueira. Êste, ficou com as cotas sem saber o que fazer delas. Eram uma brasa em suas mãos. Foi quando surgiu um dos maiores vivaldinos já aparecidos em Jundiaí: O Sr. Carlos Hermany Ferriani.
A história prossegue: Dom Antonio ordenou serem as cotas restantes negociadas com os cotistas remanescentes do COJ, que deviam usar direito de prioridade na compra. Sendo o preço da cota muito alto e contrariando frontalmente a lei e os regulamentos do Código de Telecomunicações, os cotistas José Alves de Oliveira e Mário Piola não quiseram adquirí-las por conhecerem perfeitamente as disposições legais que proibem terminantemente transações sem anuência daquele órgão federal, antigo Conselho de Técnica de Rádio, hoje CONTEL.
Carlos Hermany adquiriu, então, as cotas de João Moreno e Vital Gurgel Guedes, uma de cada um e mais 43 de Dom Antonio Siqueira, gratuitamente. Também o padre Adalberto foi premiado com cotas da Rádio Difusora, em número de 53, permanecendo ainda os Srs. Mário Piola e José Alves de Oliveira, com 1 cota cada um, totalizando assim 100 cotas.
Forma-se então a Sociedade: padre Adalberto, com 53 cotas; Carlos Hermany, com 45 cotas; Mário Piola e José Alves de Oliveira, 1 cada. Assim o CONTEL registrou a Rádio Difusora Jundiaiense. A sociedade durou até a data em que o garoto propaganda deixou o Canal 5 e voltou a Jundiaí para tentar melhor sorte, tornando-se empregado (locutor) da firma. Decorridos menos de 1 ano, após a formação da sociedade aprovada pelo CONTEL, Carlos Hermany perdeu o ambiente e tornou-se elemento indesejável.
Surge então a transferência das cotas para Tobias Muzaiel que, não menos vivaldino, coloca a margem da sociedade, que constituia a Rádio Difusora Jundiaiense, os Srs. Mário Piola e José Alves de Oliveira.
Tobias Muzaiel e o padre Adalberto mandaram ao CONTEL, uma nova constituição social da firma, em que figuravam sómente os dois. O CONTEL recusou e considerou os Srs. Piola e Oliveira como legítimos cotistas, principalmente o segundo, que era o responsável pelo setor técnico da emissora.
Ambos resolveram a coisa de modo fácil e passaram a usar o nome de Mário Piola e José Alves de Oliveira, à revelia dos dois, inclusive nos balanços da emissora.
No ano de 1962, morre o padre Adalberto de Paula Nunes. Aí começa o segundo capítulo de uma escabrosa novela ". ( CONTINUA )
sábado, 4 de outubro de 2008
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